domingo, 16 de outubro de 2011

Vivências e desconstruções!


Rio 31 de agosto de 2011


Voltando aos ensaios, pós ter vivenciado uma viagem para o Maranhão, em pesquisa de campo para o doutorado com o tambor de crioula. Descobertas do batuque e da dança, memórias da festa de Alcântara de São Benedito, surpresa com alguns tambores em Vargem Grande! 

Mas já no Rio de Janeiro...
Hoje vim de bicicleta reconhecendo outros espaços!
Ensaiar sozinha é se permitir entrar em contato com um lugar solitário, desconhecido e surpreendente...
O pandeiro é parceiro – depois de alongar e aquecer o corpo, a voz é dele!
O nascimento me fez pesquisar: posições/ pulsações/ extremos/ aberturas – lembrei da máscara neutra quando desperta! Natasha Mesquita me orienta sobre as cadeiras musculares e as possibilidades com o despertar do corpo no nascimento.
Tem horas que só o olhar do outro, de fora para me dizer algo!

Rio, 05 de setembro de 2011

Região abdominal, chakra do umbigo! Isso tá mexendo comigo...
E aquecer a voz com os sons das vogais, lembrando do mestre Guy do Canadá!

Hoje foi o primeiro dia de ensaio com o diretor musical Sergio Castanheira, onde iniciamos a ligação da cena coreográfica com a música, realizando vários improvisos com pandeiro e trombone!!
Os ciclos se repetem, pode ter uma variação repetida em pequenos módulos...
Está fazendo 10 anos que fui buscar meu umbigo no Maranhão, minhas entranhas estavam urrando e só voltando para se reencontrar!!! Tempo de aprender com os mestres Abel, Apolônio, Nadir, Teté, Malá, Felipe...

Rio, 06 de setembro de 2011

Antes de iniciar a criação dos movimentos, apresentei tanto corporalmente quanto historicamente sobre cada dança de umbigada, já que estamos falando de um universo novo para a Natasha e Paulinha da dança contemporânea!
Natasha e Paula fizeram várias observações interessantes para eu pensar...
- Qual dança de umbigada seria interessante realizar no chão e trazer a referência do nascimento? Como dançar com algumas referências do plano alto no plano baixo?
É importante ter essas motivações para a criação e desconstrução!
O movimento do braço do coco é muito comunicativo, pode ser interessante brincar com a platéia e buscar um ritmo mais lento...
Os braços dessas danças de umbigada são conseqüência das pisadas!
Interessante ler o livro Movimento Total de José Gil, principalmente o prólogo e o corpo paradoxal!
No nascimento me vem a música do filme a ostra e o vento. O que faz depois que verticaliza? Venta!!! É a possibilidade em transformar o peso em energia! E o tambor de crioula traz um desequilíbrio interessante para este vento!!
Movimento que transborda – começa interno/ pele/corpo/ externo/ espaço/ som/ silêncio!

Rio 08 de setembro de 2011

Paulinha lembrou do artista plástico Ernesto Neto  e seus casulos e trabalhos com meias...
Montei com Paulinha um esquema para colher material para criação coreográfica, um procedimento metodológico para pesquisar esta gestualidade, mesmo que essas movimentações não cheguem no resultado, mas que sirvam de ferramentas para a desconstrução!
Na intenção de desconstruir Paulinha me pergunta? Este trombone pode estar sendo tocado deitado? Este tamanco do coco pode ser tocado nas mãos?
Agora, vamos buscar células de movimentos!!!


Cada pessoa da equipe de criação me traz informações e inspirações, a figurinista Vanessa Machado trouxe imagens de roupas dos estilistas Viktor e Rolf, parangolés lembrando Hélio Oiticica e o fotógrafo Tim Walker, pensando nas misturas e desconstruções




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